29.06.2015 / Crônicas

Um dos maiores problemas do mundo é o da interpretação. Interpretação errada. Muitas vezes, pergunto: “Você não teve aula de interpretação de texto?”. Eu tive, com a inesquecível professora de Português Ana Castro, que tinha fama de má, mas era ótima, não dava mole para ninguém, por isso era considerada carrasca, embora fosse apenas exigente. Exigia que os alunos ap...[continuar lendo]

29.06.2015 / Crônicas

Tão bonitinha a menina falando na televisão que não queria se corromper. Gostaria de continuar sendo boa, humilde, dando importância aos valores que a mãe ensinou. Ela começava a realizar o sonho de seguir a idealizada profissão com uma oportunidade de emprego nos Emirados Árabes. Com aquela coragem do início da juventude, o conhecimento parco de quem estudou sobre o lugar em que viveria ...[continuar lendo]

29.06.2015 / Crônicas

Segurar uma pessoa inteira nos seus braços, envolvê-la, ter no seu abraço um corpo em miniatura e protegê-lo do mundo são superpoderes de uma mãe. Entre seus ombros e suas coxas, repousa o ser diminuto, coberto por uma aura de amor que só seu colo produz. Uma sensação de proteção que podemos até não buscar ao longo da vida, mas sabemos identificar a alma plena quando nos deparamos com...[continuar lendo]

29.06.2015 / Crônicas

Dos ensinamentos de dona Esther Paschoal, uma avó que nunca precisou tirar objetos de arte e tapetes persas do convívio de seus netos (eles tinham que "se comportar"), ficou-se a conclusão de que ter cerimônia contribui muito para o bem dos relacionamentos. Ela não gostava de música americana, não deixava os ombros de fora, acordava, vestia-se elegantemente e calçava um sapatinho colori...[continuar lendo]

29.06.2015 / Crônicas

Livros que compramos para um dia poder ler; horas de sono que queremos ter seguidas, mas que não há como armazenar; a condição climática de todo outubro a essa época - de constante mormaço, num pré-compasso para os dias quentes que virão; aquela horinha da manhā em que é preciso coragem para pegar fôlego de enfrentar o dia; a tristeza de quando o sol se põe, o azul é escuro no cé...[continuar lendo]

28.06.2015 / Crônicas

Há quem desvalorize o humor e o riso, dizendo frases populares como “desconfio de uma pessoa que está sempre rindo”. É um preconceito tolo, de quem dá mais valor aparente à seriedade, impregnando a vida de solenidade. Ter bom humor torna a rotina muito mais amena e é um foco inteligente para se enxergar a vida. Se duvida e precisa de base acadêmica, há vários estudos comprovando a ...[continuar lendo]

28.06.2015 / Crônicas

Responsável pela lanchonete da academia, ele começou a contar em detalhes sua receita de bolo de fubá com raspas de limão siciliano e açúcar mascavo e como fez sucesso sua receita diferente e incrementada. De costas para o balcão, agora fazia outra coisa na batedeira e não ouviu quando a moça chamou. Ela esperou com muita paciência, pois não queria gritar, e ele continuava ali, absorto ...[continuar lendo]

24.06.2015 / Crônicas

Todo dia por volta das 17h o pipoqueiro estaciona ali. Começa um movimento de saída do trabalho e volta para casa, um vaivém de pessoas, peculiar para quem não trabalha num horário convencional. A rotina da grande massa se repete. Observar o comum é curioso, é a desobrigação, o descompromisso com os horários do dia a dia. É ver a vida passar e não ter que se preocupar. Quando se sai de...[continuar lendo]

24.06.2015 / Crônicas

Eram três na mesa ao lado. “Nesses mais de 30 anos como geriatra, sempre digo para os meus pacientes: o que dá longevidade é a felicidade. Não se concentre em arrastar âncoras, na vida nós temos que carregar baloes”, ele disse. Uma delas já tinha ouvido dele a frase e concordou, olhos brilhando. A outra se emoconou: “Nossa, que lindo, só conhecia a frase da âncora”. E seguiram a c...[continuar lendo]

24.06.2015 / Crônicas

Era como uma criancinha frenética, uma adolescente se arrumando para sair, a boca tremendo de nervosa, dentes batendo, frio na espinha mesmo no calor do verão. Fazia dancinhas no espelho horas e acabava sempre com coreografias de jazz que nunca aprendeu, rodando os braços em círculos e chutando o ar. Mandava uma amiga fazer as vezes de `pastilha`, aquilo que se botava antes das lâmpadas para ...[continuar lendo]