18.06.2015 / Crônicas

‘Deixa-me encantar, com tudo teu, e revelar, lalaiá...’, o trecho do samba ‘Das Maravilhas do Mar, Fez-se o Esplendor de Uma Noite’ (da Portela, de 1981), embalou muitos dos meus carnavais e eu berrava no auge da música: ‘A luz raiou pra clarear a poesia / Num sentimento que desperta na folia (Amor, amor)!!!’ Tinha um clima de romantismo no ar, de sedução, de suingue, que me fazia ...[continuar lendo]

18.06.2015 / Crônicas

Os pecados são vistos com uma certa benevolência. Mesmo os mortais, dos quais não há arrependimento, nem mesmo pedido de perdão, nem perdão. Lista da qual todos deveriam se livrar em nome de um lugar no Céu, mas que vai-se levando. Gula? Perdoável. É vista com generosidade, na figura bonita da saúde, de quem gosta de se fartar, nunca de alguém que tira do outro para comer. Gula parece s...[continuar lendo]

18.06.2015 / Crônicas

Acordavam cedo com os galos. Lá fora era frio e a grama estava coberta de orvalho. Na cama, sem aquecedor, pois era necessário desligar o gás para não botar fogo nas cobertas, as duas meninas estavam embrulhadas em cobertores: fazia de 0 a 5 graus e na posição que deitavam para dormir, acordavam. A mãe e a tia as embrulhavam ao mesmo tempo, numa espécie de brincadeira, e prendiam as duas d...[continuar lendo]

18.06.2015 / Crônicas

As coisas podiam ser mais simples. Sem medo, sem acontecimentos inesperados, sem narrações tensas quando só queremos um pouco de música suave. Poderiam não nos perturbar e, em troca, nós não perturbaríamos também. Não diríamos coisas negativas, não entraríamos nas pilhas erradas, não encontraríamos aquele amigo que adora ouvir as nossas reclamações quando a gente quer reclamar. ...[continuar lendo]

18.06.2015 / Crônicas

Existe amor ruim? Dizem que sim, quando faz mal, as pessoas brigam, cobram serem amadas, acordam com o coração palpitante, não conseguem ser atendidas pela outra, vasculham o celular ou estão sempre atrás de pistas de que aquela pessoa não as ama. Quando você se doa e não recebe de volta — porque sim, salvo raras exceções, todo mundo que dá quer receber — abala. Inclusive eu sou ade...[continuar lendo]

18.06.2015 / Crônicas

Cheguei tarde e vi aquele homem parado na esquina. Estranho, pensei. O que faz ali? Subi, peguei o cachorro para dar uma volta. Rodei o quarteirão e lá estava o sujeito: parado no escuro, embaixo de uma árvore pequena de galhos finos. Mudei o caminho para ele não me ver entrando no prédio. E se for um sequestrador? Dinheiro não tenho, mas sei lá... Dei a volta pela rua de trás, passando...[continuar lendo]