25.01.2016 / Coisas bacanas
Dez anos de barulhinho bom

Ninguém sabe como começou. Eu, Angela Tostes e Teresa Nabuco, as três com filhas na faixa dos 7 anos, estávamos fazendo planos para o Carnaval quando alguém propôs: “E se a gente fizesse um bloco infantil?” Foi o suficiente para comprarmos a ideia e irmos em frente. A trupe se completou com a arte-educadora Rosa Geszti e os grupos Meleka de Jacaré e circo Pionzinho – com os palhaços Filomena, Salame e Professor Luneta. E o primeiro batuque ficou por conta da bateria-mirim do Santa Marta.

E então, no dia 18 de fevereiro de 2006, fizemos o primeiro Bloco da Pracinha, para um público em torno de 100 pessoas, na Praça Pio XI, no Jardim Botânico. A ideia era um lugar para as crianças – e os pais –realmente entrarem na folia, sem tumulto, pitboys ou beberrões. No esquema “concentra, mas não sai”, o bloco ocupou a Praça Pio XI durante toda a manhã do sábado anterior ao Carnaval. De um lado, Rosa e Teresa reuniam as crianças em cima da lona para criar fantasias sustentáveis, como máscaras feitas com tetra pak. Do outro lado, a bateria-mirim fazia um barulhinho bom e, no intervalo, disponibilizava seus instrumentos para as crianças. E no meio disso tudo, famílias fantasiadas em conjunto, bailarinas e mini super-heróis corriam e jogavam confetes. E foi uma delícia, tipo criança com brinquedo novo. Nos divertimos muito!

E assim se passaram 10 anos, que serão devidamente comemorados com uma exposição de fotografias na praça, no próximo sábado, 30 de janeiro. Foi nesse ritmo que ele cresceu e conquistou espaço no calendário momesco da cidade como bloco totalmente voltado para as crianças, deixando sua marca. Da trupe original, só eu fiquei, embora vez ou outra alguém apareça para matar as saudades.

Hoje o bloco segue o mesmo formato, com alguns ajustes. Mestre Wellington assumiu a oficina de percussão e ensina os primeiros batuques aos pequenos a partir de 7 anos em grandes latões. A oficina de customização continua e o cortejo agora está sob o comando musical da cantora – e professora de educação musical – Barbara Lau, que, acompanhada do grupo Circo Macaco Prego, apresenta um repertório 100% infantil. E o público, que no começo não chegava a 200 pessoas, hoje reúne mais de mil na praça. Mas a essência está ali: as crianças mandam na animação. Quando dá meio-dia, o cortejo faz seu número e depois….é hora de voltar para casa, almoçar e tirar o soninho da tarde.

E todo ano eu digo que esse vai ser o último. Mas é só ver aquela petizada curtindo e se divertindo com suas famílias para, inconscientemente, começar a pensar nos ajustes do próximo ano. Evoé, Bloco da Pracinha!

2007-BPtrupe

Chris Martins, sorrindo logo abaixo do estandarte do bloco, com a trupe do início

pracinha

Hoje, cerca de mil pessoas se reúnem em torno da Praça Pio XI: famílias fantasiadas

10915247_765364156889030_2927979679089681070_n

Lúdico e ainda bem confortável, o Bloco da Pracinha é uma delícia para as crianças e para os pais

Sobre a autora deste texto, especial para Eu Vejo Beleza:

Christina Martins é jornalista, editora do Amigas da Pracinha, do JB em Folhas e está sempre sorrindo.

Fotos Christina Martins

O Bloco da Pracinha será no sábado, 30, de 10h às 14h, na Praça Pio XI, no Jardim Botânico.