12.02.2016 / Coisas bacanas
O estado de espírito chamado Carnaval

Nesse Carnaval eu resolvi que seria menos chata. Improvisei uma fantasia – que repeti todos os dias sim, e daí? – e uma maquiagem que adorei. Resolvi que a companhia é o mais importante, então abri mão da comodidade de ficar perto de casa e encarei diferentes tipos de transporte para ir atrás das amigas. Não reclamei do tempo que levaria, do trânsito, nem do cansaço na volta pra casa. Não liguei pro calor ou para as pessoas pedindo passagem. Troquei a cerveja pela água e assim curei uma garganta que teimou em inflamar na semana da folia. Fiquei rouca, mas não parei de cantar ou de falar, muito menos de me divertir. E o álcool não fez falta.

Como resultado, contrariando a união de TPM + inferno astral, me diverti horrores em diferentes blocos pela cidade. Descobri que nenhum lugar é longe quando se tem ônibus, metrô, uber e até barca para ir atrás dos amigos. Coloquei o papo em dia, ri, cantei, dancei e relembrei porque eu amo passar o Carnaval no Rio. Me policiei para não julgar os outros, afinal, que cada um seja feliz como quiser. Não vi violência, nem falta de respeito, nem roubos. Vi alegria, vi curtição, vi simpatia entre estranhos. Vi homens e mulheres se divertindo da mesma maneira.

Descobri que Carnaval é estado de espírito e que purpurina é como a gente extravasa essa alegria. É se divertir como quiser, sempre respeitando o outro. Na Quarta-Feira de Cinzas, eu não estava triste. Estava feliz, animada, com vontade apenas de agradecer. E orgulhosa por ter começado o ano cumprindo a minha única resolução de réveillon: por um 2016 mais leve para todos nós.

luna

Luna (com a mãe, Marcia Naidin) virou palhaça durante os dias de Carnaval e só tem a agradecer

Sobre a autora deste texto, especial para Eu Vejo Beleza:

Luna Vale é jornalista, crítica, e não quis saber de reclamar nesse Carnaval: começou o ano com nova perspectiva.

Foto arquivo pessoal