Eu sou Bia Queiroz, sou dentista há 16 anos, e sempre me incomodo quando vejo alguém que não pode sorrir. O sorriso é a expressão de alegria da nossa alma. A vida já tem tantos percalços, e não poder sorrir torna tudo mais pesado e triste!
Eu faço parte de um grupo de dentistas voluntários organizados em uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) chamada Turma do Bem, que atende jovens de 11 a 17 anos.
Vou contar para vocês a história do Alexandre que, por não estar na faixa etária atendida pela Turma do bem, não podia ser englobado no projeto. Ele recolhe lixo reciclável na rua da minha mãe; às vezes dorme na rua mesmo, com a mulher e a filha de 4 anos. Alexandre conta que sempre buscou um emprego melhor, mas que nunca conseguiu por não poder sorrir. Uma vida dura, difícil, sofrida!
No ano passado resolvi dar uma alegria para ele e devolver o sorriso que há anos ele havia perdido.
Poder devolver o sorriso e junto com ele a autoestima e a dignidade para alguém são coisas que não têm valor mensurável! Nessas horas tenho muito orgulho de ter escolhido a odontologia como caminho de vida.
Quando o Alexandre se viu novamente com seus dentes, a maior alegria foi minha! Ele chorava de felicidade ao ver seu novo sorriso! Uma alegria tão grande que transbordava em lágrimas! Aquele dia foi um dos dias mais especiais da minha vida e com certeza vou guardar com muito carinho na minha memória.
Espero que essa história incentive outras pessoas a ajudarem quem está tão perto e às vezes tão distante de coisas básicas da vida. Um gesto seu pode ser tão fácil e tão pequeno para você, mas pode mudar a vida de alguém!
Alexandre sempre teve um sorriso bonito, mas não tinha mais os dentes da frente: dignidade de volta
Bia Queiroz entrevista crianças no processo de triagem de jovens na Turma do Bem
Sobre a autora deste texto, especial para Eu Vejo Beleza:
Bia Queiroz é dentista do bem de São Paulo, generosa e fica feliz por poder fazer trabalho voluntário.
Fotos de arquivo pessoal
