19.12.2015 / Coisas bacanas
Vem pra praça você também!

Ex-executivo de Publicidade, pai há pouco mais de dois anos, Rodrigo Moitrel é mais um a engrossar o time dos que estão dispostos a fazer do Rio um lugar melhor para se viver. Cansado de se enfiar em shoppings com ar condicionado, ele resolveu promover a reocupação de lindas e históricas praças da cidade, a começar pelo Campo de Santana, no Centro, com seu Movimento Rio ao Ar Livre, no último fim de semana.

O criador do projeto está bem ancorado por parcerias estratégicas como Comlurb, Fundação Parques e Jardins, RioTur e Sesi, entre outras. Mas a estrutura que garantiu limpeza e segurança, de acordo com Rodrigo, não foi o ponto chave para o sucesso do evento e, sim, as pessoas – tanto as que vieram ocupar o Campo de Santana (de quinta-feira a sábado), quanto seus 23 expositores. Foram food trucks de comidas variadas, barraquinhas e outros meios de oferecer ao público delícias que passaram pela curadoria de Rodrigo, que, aos 34 anos, tem a experiência da Restaurant Week no currículo. “A percepção de segurança no parque veio das próprias pessoas, que chegaram para conferir, ficaram e perceberam que o lugar estava vivo”, conta ele, que já programou a próxima edição para os dias 8 e 9 de janeiro do ano que vem.

Mas nem só de comidinhas vive o movimento. Cultura é um dos pontos altos, assim como recreação (troca-troca de livros, contação de histórias), lazer (músicos) e interesse em sustentabilidade. Um estande da Carpe, sobre telhados verdes e hortas, e cinco produtores orgânicos da ABIO (Associação de Agricultores Biológicos do Estado do Rio de Janeiro) vendendo compotas, queijos e temperos mostraram que o evento fomenta o mercado local. Além de valorizar o entorno, outro grande objetivo de Rodrigo. “Valorizando a área, os imóveis serão valorizados, assim como a autoestima dos moradores”, frisa.

Rodrigo destaca que a resistência ao novo é uma das grandes dificuldades para esse tipo de projeto sair do papel, daí a necessidade de apresentar tudo o que um movimento desses pode trazer para a cidade. “Eu não penso só no meu, quero que seja algo agregador. A Junta Local pode chegar, e quem mais quiser. Quero que o trabalho colaborativo seja visto com bons olhos”. E o que esse pai recente, que deixou de trabalhar 12,13 horas por dia desde janeiro para dedicar-se ao projeto, sentiu ao ver o Movimento Rio ao Ar Livre acontecendo? “No sábado, levei meu filho e foi ótimo. Às três da tarde eu estava botando o João Pedro para dormir numa esteira no gramado. A sensação de felicidade foi enorme”, vibra.

O Movimento Rio ao Ar Livre pretende chegar a outros pontos em 2016: Praça do Ó, na Barra; Museu da República,  Passeio Público; Lagoa; Parque das Ruínas; Largo do Machado; Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema; Praça Mauá; e Quinta da Boa Vista.

Aguardemos 😉

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