16.11.2015 / Histórias Inspiradoras
Próxima parada…

Não teria lugar melhor para começar a escrever esse texto do que a 30 mil pés de altura. Afinal, é dentro de um avião. Onde passei a maior parte do meu tempo durante o ano de 2015, quando me tornei executivo de uma empresa de tecnologia holandesa. Foram inúmeras viagens, múltiplos destinos, novos cartões de fidelidade e uma descoberta, talvez um pouco óbvia: como o combo 4G + WiFi + Skype agilizou a vida das pessoas.

A transformação aconteceu em todos os setores, claro. Mas no meu caso, repórter tradicional, que precisava voltar à redação correndo para fechar matéria, não dá para mensurar as mudanças no dia a dia. É inegável. No fim das contas, essa agilidade gerada pela internet trouxe qualidade de vida impagável. Não consigo contabilizar as inúmeras reuniões que tive pelo celular caminhando pelas ruas do SoHo, em Nova York, com a vista das montanhas-russas da Disney à minha frente, ou até mesmo no intervalo do futevôlei na Praia do Leblon.

Os cenários são os mais criativos. Não consigo me esquecer de quando me vi, em plena Costa Amalfitana, na Itália, tomando sol, bebendo Aperol Spritz, comendo burrata e, ao mesmo tempo, resolvendo questões editoriais com os principais jornais do Brasil.

Há quem reclame desse cenário – para mim são loucos! -, e mantenha um discurso de que precisa de um escritório e que “trabalho é trabalho, férias são férias”. Por que não juntar tudo? Isso não exclui tirar uns dias off para você de vez em quando. Por que priorizar 30 dias corridos, se você consegue trabalhar com o que gosta, de qualquer lugar do mundo?

Não espere um comportamento diferente da próxima geração – não falo nem dos Millennials, mas da Geração Z. Crianças com cada vez mais vontade, mais acesso à informação e com desejos intermináveis de conhecer o mundo já estão alterando os padrões de comportamento no mercado de trabalho.

Pare e pense nas nossas crianças. Você acha que elas têm alguma chance de se sentirem realizadas batendo ponto de 9h às 17h em uma empresa, se elas podem trabalhar de pijamas em suas casas, ou em uma aventura pela Ásia? As novas gerações não querem mais trabalhar em empresas rígidas, que exigem traje social, uma vez que você pode ter a mesma reunião de qualquer lugar do mundo. O Skype não substitui uma conversa ao vivo – é claro -, mas é um baita facilitador para que as pessoas busquem seus sonhos e, ao mesmo tempo, otimizem seus rendimentos no trabalho.

Esse novo padrão de vida – ainda utópico para padrões brasileiros -, é o que venho buscando nos últimos anos. Até onde isso vai, quanto tempo vou aguentar viajar para cima e para baixo, não sei. É óbvio que essas relações por Skype acabam, muitas vezes, afastando as pessoas, nos deixando completamente viciados no celular, mais solitários e, muitas vezes – no meu caso -, carentes. Mas deixo isso para uma próxima conversa.

lucas amberdusick.com

A vida pode ser lúdica trabalhando com o celular de qualquer lugar do mundo / Foto e brinquedo de madeira Amber Dusick

Lucas Moretti é jornalista, executivo da Crowdynews e sabe ser feliz

Foto Amber Dusick