19.06.2015 / Crônicas

Estão morrendo de tédio ou o mundo vai muito desinteressante. Tudo é clichê. Até na tentativa de ser diferente todos acabam sendo iguais. As leituras apontam para o mesmo tom blasé, as notícias que repercutem são semelhantes, e é muito fácil ter audiência investindo nas fórmulas que estão aí. O que querem saber de diferente? Querem? A preguiça está estampada em livros, gostos, moda...[continuar lendo]

19.06.2015 / Crônicas

Há 15 dias, um vídeo foi postado no YouTube e hoje já passa de um milhão e 200 mil acessos. Não é o último fenômeno do funk, mas uma experiência da real beleza promovida pela marca de cosméticos Dove. Em pouco mais de seis minutos, as mulheres têm a chance de sofrer um choque de realidade e perceber o quanto são duras com a própria imagem. Uma vez fui aconselhada a escrever sobre u...[continuar lendo]

19.06.2015 / Crônicas

Era um homem discreto. Bethina seria incapaz de reconhecer seu tom de voz fora dos cumprimentos “bom dia” e “boa tarde”. Sabia que era um gênio quando o assunto era computador e que tinha sido um grande mecânico de motos na juventude. Também fumava muito e estava sempre observando, com as duas mãos para trás, como quem está rodeado de itens frágeis, numa sala cheia de cristais. Cami...[continuar lendo]

19.06.2015 / Crônicas

Já fui muito criticada por isso, mas sou daquelas que acham que o trabalho enobrece o homem. Aquele pensamento bem classe média, de querer carteira assinada e casa própria. Enquanto que para uns isso representa a prisão, para mim sempre representou a liberdade. Não quer dizer que seja a forma correta de pensar, mas é uma forma, o meu modo de encarar as coisas, o meu certo. O trabalho me deu ...[continuar lendo]

19.06.2015 / Crônicas

O metrô estava cheio e entrou um sujeito com um acordeom. Encostou na porta em Copacabana e começou a tocar. A cada estação, parava e puxava aplausos, até descer na Cinelândia. Assim que deu os primeiros acordes, emocionou. Eu estava pensando nos conselhos que recebi para tornar a gravidez mais saudável: “Passa creme na barriga, faz massagem, bota um som para o bebê ouvir”. E aí aquel...[continuar lendo]

19.06.2015 / Crônicas

Três dias no meio do mato, num sítio lindo, com jardim bem cuidado, flores na janela do quarto, um riacho passando pelo terreno gramado, para molhar os pés em água direto da fonte. Serra, friozinho de 17 a frescos 20 graus, Mata Atlântica densa, preservada para evitar possíveis acidentes da natureza, uma sauninha de madeira no meio do nada. Para comer? Sacolas de compras com frutas para o...[continuar lendo]

19.06.2015 / Crônicas

Fiquei doente nos últimos dez dias, com meu estado piorando na última semana, necessitando de licença médica, muitos cuidados e repouso, e pude notar: ninguém mais respeita os doentes. Além de ser uma consequência de como o mundo está, hoje, é também culpa da tecnologia. Você é facilmente “encontrável” por e-mail, Gtalk, Facebook, telefone celular e fixo, e-mail do trabalho, etc. ...[continuar lendo]

19.06.2015 / Crônicas

Cartão inválido. “Cartão inválido, senhora”, falou a caixa da farmácia para uma idosa que estava na minha frente na fila. Ela fez uma expressão de dúvida, olhou para trás e para o lado. “Cartão inválido!”, repetiu a acompanhante dela, quase berrando. E ficou um silêncio, sem nenhuma atitude. Não aguentei: “Passa de novo, nem sempre quando dá cartão inválido está inválido...[continuar lendo]

19.06.2015 / Crônicas

Urgente. “Pedi você pra me esperar 5 minutos só / você foi embora / sem me atender (...) Você não sabe e nunca vai saber / pois você não sabe quanto vale 5 minutos na vida”. A letra da música de Jorge Ben Jor tem urgência. Mas também tem calma. Cinco minutos e a situação teria se resolvido. Cinco minutos pode ser muito e pode ser pouco, tudo pode ser solucionado, e nada. Tocou no r...[continuar lendo]

19.06.2015 / Crônicas

Encostada na janela, olhando para o céu branco lá fora, fechou os olhos para sentir melhor a brisa do vento no rosto e sentiu quando ele se aproximou. “Eu vi quando você pulou”, ele disse. “Ao saltar, suas asas abriram e em instantes você estava sobrevoando a cidade como se ela fosse plana, vendo tudo de cima, de uma distância segura. Tudo ficou até no mesmo tom para você, que eu vi. ...[continuar lendo]