27.11.2015 / Crônicas
Manifesto do bem

A partir de hoje, fica decretado que ninguém mais vai achar o amor cafona.

O amor é supermoderno. O amor é tendência.

Isso desde que o mundo é mundo. Mas para quem se incomoda em achar o amor um bálsamo da vida, por isso ser meio brega de dizer, vai haver entendimento que amar é bom. Assumir que ama ser amado.

Ama o sorriso, a gentileza, a sensibilidade, a emoção.

Ama carinho de mãe, ama lembrar da mãe que foi mãe, ou da amiga da mãe, ou a tia da mãe, a professora da infância, a vizinha, a mulher que te inspirou.

Ama a presença do pai. Aquele que semeou sua existência. O que olhou para a mulher que te teve e quis ter um filho com ela. E mesmo que ele não tenha tido essa vontade, e se não for ele o seu pai de referência, viva o homem que te amou como pai, e te deu colo, Norte, exemplo.

A partir de hoje, fica decretado que quem fizer ar blasé para o amor é ridículo.

Rico é quem ama, indiscriminadamente. Rico é quem respeita as escolhas individuais. E isso agora é lei.

Quem respeitar as escolhas individuais terá mais na conta bancária do que esse apostador do DF que ganhou a Mega-Sena acumulada.

Está decretado que o amor move a vida.

Os tempos de ódio chegaram ao fim.

Ninguém quer mais isso, que saco, que nocivo, que fim dos tempos.

Acabou.
E você que está lendo isso e achando menor, não tem problema. Quando você mudar de ideia, estaremos aqui para te amar assim mesmo.

Está definido que as amizades podem ser feitas depois dos 30. Dos 40 e até dos 50. Sem limites de idade aqui.

Também foi decidido que não é mais supercool dizer que é feliz sozinho. Nossa, isso virou muito anos 90. A moda agora é encontrar seu par, seja ele de que gênero for.

Por falar nisso, essa guerra entre homens e mulheres também acabou.

Viram que existem muitos homens bons, e muitas mulheres também.

Está cheio de gente bem amada no mundo. Você conhece meia dúzia, tenho certeza.

Quem ama transborda. Então tem amor para todo mundo.

Não adianta pregar seu ódio.

Sim, continuaremos a ter decepções, raivas, falta de paciência. Somos humanos.

Mas faremos o que sabemos fazer melhor, o que temos certeza que nos faz feliz: amar, ser amados.

O mal quer paz, quer chance, que dar uma descansada.

O mal já gritou muito, já se fez de inteligente, já marcou presença.

O bom, com seu bem inerente, não quer mais se esconder.

A partir de hoje está decretado: quem é bom mostra a cara.