16.10.2015 / Crônicas

Saí sem banho. Meu compromisso era cedo e eu não precisava estar impecável no trabalho. Tomei banho ontem à noite, sou daquelas pessoas que engrossam as estatísticas de desperdício de água e tomo no mínimo dois banhos por dia. Adoro banho, mas tem horas que simplesmente na realidade não teríamos tempo para priorizar isso. Fique tranquilo. Embora eu tenha consciência ecológica, não vir...[continuar lendo]

24.06.2015 / Crônicas

Arrumar não é jogar no lixo. As pessoas confundem as coisas: “Ah, vamos arrumar. Vamos dar essa mesa pé palito dos anos 50, vamos pegar esse livro de arte sobre mar – afinal, eu odeio mar – e esse chapéu de plumas verdes que foi da vovó e jogar tudo fora”. Agora, anda. Feng shui! Essa casa está precisando de energia fluindo. Vamos logo, vamos logo. Ei, como assim? Não é assim. A...[continuar lendo]

19.06.2015 / Crônicas

Ela temperava os bifinhos de alcatra bem devagar. De um lado: pitada de sal, pimenta do reino e shoyo. Virava as carnes e repetia o procedimento. Na hora de fritar, era com manteiga fervente. Um pouquinho de cada lado. Ia dispondo um a um na travessa. No fim, escorria o caldinho da frigideira sobre os bifes e levava à mesa. O arroz também era feito meticulosamente igual todos os dias, na panela ...[continuar lendo]

19.06.2015 / Crônicas

Eu tinha uns 13/14 anos, fazia teatro e achava supercool gostar de Oswaldo Montenegro, que se apresentava com sua trupe lá perto de casa. Ele estava no auge de seus 30 anos e, antes de subir ao palco, tomava cerveja com umas mulheres igualmente lindas na padaria da esquina. Eu me oferecia para ir dez vezes comprar algo para minha mãe: pão, cigarro... É, no tempo da minha adolescência, não er...[continuar lendo]

19.06.2015 / Crônicas

O burrinho de pelúcia trazido de Santorini estava lá em cima da cama. Ele parecia um pouco encalorado por conta da sensação térmica desses dias quentes, mas imediatamente veio a imagem da brisa sobre ele numa das vielas da ilha grega. Tudo branco ao redor, céu azul e vento incessante. Se você parar para admirar o céu, vai reparar: ele não está lá estagnado, as nuvens passam sem parar em...[continuar lendo]

18.06.2015 / Crônicas

Acordavam cedo com os galos. Lá fora era frio e a grama estava coberta de orvalho. Na cama, sem aquecedor, pois era necessário desligar o gás para não botar fogo nas cobertas, as duas meninas estavam embrulhadas em cobertores: fazia de 0 a 5 graus e na posição que deitavam para dormir, acordavam. A mãe e a tia as embrulhavam ao mesmo tempo, numa espécie de brincadeira, e prendiam as duas d...[continuar lendo]